Desdém facial.

À luz de uma superbock qualquer coisa e à sombra de um diálogo insane. E de surdos também.

- Isto é tudo uma trampa de país. Não tem remédio! É degradação por destilar... ao que isto chegou!
- Para mim só há duas ou três hipóteses para não subjectivar mal ou muito mail o que temos e o que vemos, porque realmente não se aproveita nada ou quase nada nesta tristeza:
- esperamos ingenuamente que a a realidade um dia se altere, o que só acontecerá se acontecer, e seguramente não acontecerá, porque a tendência normal das coisas é piorar, degradar-se e não outra qualquer; 
- vêmo-la com outros olhos, mais light, ainda mais hedonística, ainda mais corrupta, ainda mais degradante, numa onda de facilistimos, de virtuosismos que escancaram horrores e, de resto, muito em voga politica, social e culturalmente. E contribuímos directa e expressamente para ela. Somos agentes do desastre. Assim, a realidade nunca é suficiente má e horrível e o caminho para lá chegar - que é certo - ainda permite folgar as costas. 
- focaliza-se os mínimos pessoais, sociais e culturais que nos dão prazer e alegria e olvida-se, despreza-se e ignora-se tudo o mais. Por isso não leio esses pasquins que pulalam por aí, cada um pior que o outro. Mal ouço rádio. Não colaboro com massificações. E só me empenho na minha diferença e na diferença dos outros que me realiza. 
Percebeu?

- ... !

Não verbalizou se percebeu, se interiorizou. Limitou-se a esboçar só um ligeiro desdém facial de incómodo. 

Comentários

Su disse…
percebi.............


corente, lucido............

infelizmente assim é.........esperamos ingenuamente.......

jocas maradas
rogério sousa disse…
su: sim? não? talvez? ou, antes, pelo contrário?
:)
Marcelino Teles disse…
Palavras muito finas pá minha caveira! Cá não atremei a ponta dum corno! mei mêmo tamém só andei da escola q'ando a tavam fazendo: acartando areia e cimento pa fazer massa! Mas imentes n'aparecia obra sempre se foi aprendendo a assentar o nôme dum papel pa nã tár sempre assinando cú dêdo. Graças a Deus j'ássino ca lapiseira mêmo c'a letra escangalhada sempre é minha e nã precizo d'andar ca ponta do dêdo sempre negra da tinta da china q'ui du banco apranto na pessaua c'ando vou alevantar a miséria da reforma c'u estado me paga.
E com esta me vou. Nosso sinhor dê baua noite amessês tôdos.
Berdades, na pele de Compadre Jodé
rogério sousa disse…
berdades e compadre jodé: ora se atrema...

nélio: um único conselho para os defensores do Rabaçal: contratem advogado, escrutinem juridicamente a actuação da administração e, se fôr caso disso, obriguem-na a cumprir com a lei. defenderá muito mais o Rabaçal que mil protesto inúteis e mil palavras atiradas ao vento e ao esquecimento.

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