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Hoje já não me apetece que seja hoje.
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silence

Simplesmente

Em tempos de absoluta, paradoxal e frenética ebulição, como são estes em que vivemos, a exigência e necessidade da resposta a esse absurdo é incomensuravelmente maior e mais intensa, pela simples razão de que, na mutabilidade das coisas, tudo é ou parece ser e tudo não é ou parece não ser. Tiremos o “cavalinho da chuva” porque a resposta não é aquela a que, ao longo de impensáveis tempos lineares, meio mundo se acostumou, se adornou e se viciou: num rol de dependências e de alienações, que, pensa ele, arrastou o horizonte para o seu colo e para a beira dos dedos, com unhas por cortar e cheias de terra. Nada disso. Quando já nem o horizonte parece ser certo, nada desse padrão é suficiente para voltar a colocá-lo onde deve estar, nem para – coisa rara, ainda nestes dias – repensar e repensando seguir em frente. Porque tudo mais parece um burro com um saudável ataque de teimosia: por óptimo que seja, só conhece a sua própria teimosia. É tempo, acho, de cada um dar tempo a

é assim

O gerúndio Há quem, repetidas vezes, não se canse de me fazer chegar, audivelmente, a sua estranheza e perplexidade pelos meus repetidos silêncios aqui neste jornal, porque, dizem, não é lá muito próprio dum colunista ou cronista, que se preze e “a sério”, primar mais – muito mais! – pela ausência de escrita do que pela presença do que articula, como parece acontecer comigo. Pensando bem, devo, seriamente, confessar que assim não é, nem assim pode ser, de facto. É certo que, na constância do jornal, tenho sido, aparentemente, uma sua inconstância, em especial no que tange à regularidade aritmética semanal. Serei, desse ponto de vista, um não exemplo a não seguir, e muito agradeço, de forma penitente, à tolerância do jornal, que ainda me permite aqui voltar sempre que, do alto da minha Liberdade e Vontade, entendo voltar. Não me interessa, em nada, que possa ser um exemplo. Move-me, única e simplesmente, a singela e simples possibilidade que cada Um – e basta que haja um ún

é assim

A arte Porventura o melhor texto sobre o Amor que até hoje encontrei, escrito com alma, engenho e arte. E que só posso partilhar, em texto integral, para ser lido, relido e apreendido de igual modo: «Sem amor, a vida permanece fria. Sem amor não há destino que mereça a pena ser vivido. Amar sem limites nem fronteiras, de forma incondicional, é próprio da alma, e é, por isso mesmo, o único Amor real que, como tal, pode ser assim chamado, visto que tudo o mais é puro sucedâneo. Amar sem reservas, sem limites, sem espartilhos nem bandeiras, sem condições nem subterfúgios…Amar pelo prazer de amar, pela bênção de sentir correr o alento do Universo nas nossas veias, inundando os nossos corações. Se ainda ama com reservas, condições, apegos, censuras, medo, hesitações, ânsia, temor, cláusulas, contratos, materialismo, traumas, facturas ou dissabores… é porque não ama. Talvez ainda tenha de aprender a amar, a libertar-se de vários condicionalismos, e para isso deverá redefinir o qu
é assim! Responsabilidade Passadas que são algumas semanas sem escrever – do que me penintencio –, eis que já somos, agora, chegados ao pós-anúncio das (provisórias) traves mestras das ditas medidas de austeridade com que o novo ano nos mimoseia. Serve tal circunstância – e não é nada que verdadeiramente não se devesse expectar depois de décadas de enreigado, persistente e indisfarçável folclore e contínuo engodo para acéfalos, feito de betão, pão e água, com que muitos (a maioria e muitas das maiorias das minorias) se deixaram moldar – para centrarmo-nos num conceito filosófico essencial, e não na pequena e corriqueira realidade, qual seja o da Responsabilidade. O qual conceito, e sua consequência, que, por estes tempos, assaz queima, muito mais que lume. É limitar-se a vê-los, pois, a sacudir a água do capote com a maior desfaçatez, quando se impunha precisamente o inverso. De facto, a responsabilidade (cuja origem linguística provem do grego (“respon” = independênc