Simplesmente
Em tempos de absoluta, paradoxal e frenética ebulição, como são estes em que vivemos, a exigência e necessidade da resposta a esse absurdo é incomensuravelmente maior e mais intensa, pela simples razão de que, na mutabilidade das coisas, tudo é ou parece ser e tudo não é ou parece não ser.
Tiremos o “cavalinho da chuva” porque a resposta não é aquela a que, ao longo de impensáveis tempos lineares, meio mundo se acostumou, se adornou e se viciou: num rol de dependências e de alienações, que, pensa ele, arrastou o horizonte para o seu colo e para a beira dos dedos, com unhas por cortar e cheias de terra.
Nada disso.
Quando já nem o horizonte parece ser certo, nada desse padrão é suficiente para voltar a colocá-lo onde deve estar, nem para – coisa rara, ainda nestes dias – repensar e repensando seguir em frente.
Porque tudo mais parece um burro com um saudável ataque de teimosia: por óptimo que seja, só conhece a sua própria teimosia.
É tempo, acho, de cada um dar tempo ao seu Tempo e ao seu Espaço.
Como parece ser tempo para, quem residualmente queira – e muitíssimos poucos quererão, mesmo de entre os que podem e devem querer –, dar espaço à Essência que cada um É.
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