Ordem no ponto.
O "ponto de ordem" do jornalista Emanuel Silva, na edição de hoje do DN. A ler, porque incisivo, cirurgíco e sem apelo ou agravo. Para facilitar a leitura transcreve-se:
“Acção popular impopular
Andam nervosos certos senhores por causa de uma coisa que se chama "acção popular". Não me espantam certas reacções. Por previsíveis que são denotam várias coisas:
1.º) Tudo o que se diz e disse sobre a confiança na Justiça e sobre a separação de poderes é treta, hipocrisia.
2.º) Fica demonstrado que quando se apela à participação cívica, ao interresse do povo pela "res pública", quando se chamam os cidadãos a decidir sobre o seu destino colectivo tudo se resume à máxima: "Votem mas não incomodem mais".
3.º) Num Estado de direito democrático, em que o princípio da obediência à lei está consagrado, os maus da fita parecem ser os autores das acções e não os que, alegadamente, cometeram ilegalidades.
4.º) É insólito o presidente do Governo vir à praça pública "espalhar brasas" quando estão em causa empreendimentos particulares e não públicos (é o mesmo que o Primeiro-ministro vir a público comentar o embargo de um centro comercial da Sonae).
5.º) É ridículo ameaçar recorrer à Justiça e agitar a gasta bandeira da "litigância de má-fé" para pedir indemnizações aos que foram apelidados de "sabotadores". É a chamada "fuga para a frente" quando os processos cautelares ainda nem foram decididos.
6.º) Aventar a simples hipótese de suspender o PDM para viabilizar empreendimentos privados significa uma coisa: "Quando não nos serve mudamos a lei".
7.º) Ensinar tácticas para responder às acções populares cheira a pólvora. É a instauração de um clima da guerrilha corpo-a-corpo a fazer lembrar as trincheiras da I Grande Guerra 1914/18.
8.º) Se as consciências estão tranquilas e os actos administrativos praticados imaculados porquê o nervosismo? Há tantas formas de ganhar na "secretaria", por erros processuais, por contornos à lei, sem que o verdadeiros mérito da causa seja discutido!!”
“Acção popular impopular
Andam nervosos certos senhores por causa de uma coisa que se chama "acção popular". Não me espantam certas reacções. Por previsíveis que são denotam várias coisas:
1.º) Tudo o que se diz e disse sobre a confiança na Justiça e sobre a separação de poderes é treta, hipocrisia.
2.º) Fica demonstrado que quando se apela à participação cívica, ao interresse do povo pela "res pública", quando se chamam os cidadãos a decidir sobre o seu destino colectivo tudo se resume à máxima: "Votem mas não incomodem mais".
3.º) Num Estado de direito democrático, em que o princípio da obediência à lei está consagrado, os maus da fita parecem ser os autores das acções e não os que, alegadamente, cometeram ilegalidades.
4.º) É insólito o presidente do Governo vir à praça pública "espalhar brasas" quando estão em causa empreendimentos particulares e não públicos (é o mesmo que o Primeiro-ministro vir a público comentar o embargo de um centro comercial da Sonae).
5.º) É ridículo ameaçar recorrer à Justiça e agitar a gasta bandeira da "litigância de má-fé" para pedir indemnizações aos que foram apelidados de "sabotadores". É a chamada "fuga para a frente" quando os processos cautelares ainda nem foram decididos.
6.º) Aventar a simples hipótese de suspender o PDM para viabilizar empreendimentos privados significa uma coisa: "Quando não nos serve mudamos a lei".
7.º) Ensinar tácticas para responder às acções populares cheira a pólvora. É a instauração de um clima da guerrilha corpo-a-corpo a fazer lembrar as trincheiras da I Grande Guerra 1914/18.
8.º) Se as consciências estão tranquilas e os actos administrativos praticados imaculados porquê o nervosismo? Há tantas formas de ganhar na "secretaria", por erros processuais, por contornos à lei, sem que o verdadeiros mérito da causa seja discutido!!”
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