Oposição na CMF reclama reapreciação do Toco.
Projecto deve «voltar à estaca zero» diz Carlos Pereira.
Os vereadores do PS eleitos para a Câmara Municipal do Funchal exigem a suspensão imediata e reapreciação do projecto do Toco. A exigência surge após o Tribunal Administrativo do Círculo do Funchal ter declarado «juridicamente ineficaz» o acto público do júri do concurso público internacional para concepção, construção e exploração do Complexo da Marina do Toco, através do qual foi aceite a única proposta apresentada.
Contactado pelo DIÁRIO, Carlos Pereira referiu que para os vereadores do PS esta decisão do Tribunal «prova, de forma clara e contundente, aquilo que temos vindo a afirmar: o projecto do Toco está ferido gravemente na sua forma e deve voltar à estaca zero».
Além de ser um projecto que viola o PDM, «o que é absolutamente inadmissível» e «demonstra pouco respeito por um dos aspectos essenciais do desenvolvimento sustentável da cidade, que é o planeamento do território», Carlos Pereira refere que Miguel Albuquerque «efectuou uma falsa partida» e «avançou com procedimentos efectivos para a concretização do projecto sem o colocar à discussão pública» e «sem garantir que tudo estava de acordo com a Lei».
Face a esta decisão (a CMF já anunciou que vai recorrer da decisão para o Supremo Tribunal Administrativo), os vereadores do PS esperam «agora explicações objectivas e profundas sobre esta matéria» e a «suspensão do projecto de forma a que todos os procedimentos futuros garantam a transparência e o rigor numa iniciativa que, a se concretizar, afectará de forma decisiva o futuro do Funchal».
Referindo que «a equipa do PS não pode fazer qualquer comentário aos aspectos objectivos do projecto, pois não conhece, com a profundidade necessária, os seus contornos», Carlos Pereira frisa que neste momento o mais importante é «saber se é possível concretizar este projecto dentro da lei. Se for, deve-se seguir a apresentação de todos os estudos de viabilidade, quer ambientais, quer económico-financeiros de forma a avaliar de forma séria e rigorosa a iniciativa». Só após a apresentação «destas garantias é que se deve passar à análise efectiva dos contornos e pormenores do projecto, numa lógica de discussão pública».
À semelhança da vereação socialista também Ricardo Vieira, vereador eleito pelo CDS-PP, é da opinião que este projecto deveria ser suspenso e reanalisado. A decisão do Tribunal não só «não espanta» como era «previsível» se atendermos ao «conjunto de situações» que têm surgido, nomeadamente ausência de «rectificação do PDM» e falta de «um plano de pormenor» para o local. Esta decisão do Tribunal, frisa, irá permitir não só a «reanálise» como também o seu «reenquadramento». A próxima medida que irá tomar agora, acrescenta, será solicitar à autarquia a «consulta do processo, analisá-lo e agir em função» disso.
Para
«É criminoso», diz Jardim
«Obviamente que é criminoso vermos que há partidos políticos que não querem o investimento do Toco só para fazer pirraça, de ordem meramente partidária, à Região». A tese é de Alberto
Jardim nem conhece os fundamentos das acções que foram propostas, nem a sentença do tribunal administrativo. De qualquer forma, garante que «o projecto vai avançar na mesma, nos moldes que o tribunal decidir e fixar». A recomendação é simples. «As coisas têm que ser bem feitas juridicamente para depois não surgirem no percurso estes espinhos».
As reacções do líder madeirense foram proferidas à margem da inauguração de um empreendimento turístico no Ribeiro Frio, durante a qual se cruzou
in www.dnoticias.pt, ed. 9-11-2005
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